quinta-feira, 15 de março de 2012

Serviços Educativos em Organização Culturais - Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça




Formação "Serviços Educativos em Organizações Culturais"

Local: Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça

Data: 23 e 24 de Março de 2012 das 9h30 às 18:00h

Duração: 14:00 horas

Data Limite das Inscrições: 20 de Março de 2012

Inscrições e Informações: www.cultideias.com

Contatos: 212763381| 964181771|
formacao@cultideias.com

quinta-feira, 8 de março de 2012

Conferência «A pintura de Silva Porto na Casa dos Patudos»


No passado dia 5 de Marco, assinalando o 154º aniversário do nascimento José Relvas, realizou-se mais uma conferência subordinado ao tema: Uma peça da coleção comentada porNeste dia tão importante para a história da Casa dos Patudos analisou-se a pintura de Silva Porto.
A conferência foi dinamizada pela Dra. Maria Emília Vaz Pacheco, Mestre/Doutoranda em História de Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e docente do Ensino Superior.
O Conservador da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça, fez uma breve alocução, homenageando José Relvas. Na sua intervenção destacou a importância de José Relvas para a compreensão do republicanismo em Portugal, mas também importantes aspetos da sua vida nas várias facetas em que se destacou.
De seguida, a Dra. Maria Emília Vaz Pacheco apresentou vários elementos da coleção de Silva Porto existente na Casa dos Patudos, composta por três dezenas de obras que assumem a expressão do naturalismo no Portugal do século XIX.
Na apresentação, a palestrante começou por destacar alguns aspetos da biografia do pintor António Carvalho da Silva (Silva Porto) e contextualizar os acontecimentos históricos que ocorreram durante a sua vida e que influenciaram a sua produção artística.
Destacou o facto do artista, depois de ter terminado o curso de Pintura, rumar a Paris como bolseiro do Estado e o facto de ter sido admitido na École de Beaux – Arts, de ter estudado com Cabanel e Yvon, ter frequentado os cursos de Beauverie e Groseilliez e ter convivido com Daubigny. Salientou ainda que figurou no Salon de Paris, em 1876 e 1878. De grande importância, para a sua vida como artista, foi ter retornado a Portugal, em 1879 e ter sido nomeado académico de mérito da Academia Portuense de Belas Artes e, alguns meses depois, ter sido convidado pela Academia Real de Belas Artes de Lisboa para suceder a Tomás da Anunciação na cadeira de Paisagem.
As influências, ao longo da sua da vida, fizeram com que na pintura de Silva Porto o homem se cruzasse em plena harmonia com a natureza, é uma analogia vincada pelo sentimentalismo e pela exatidão à realidade do campo.
O serão terminou com uma visita comentada às obras do artista presentes na coleção da Casa dos Patudos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

José Relvas nasceu há 154 anos

José Relvas, político, lavrador, músico, coleccionador de arte, foi sem dúvida este republicano um grande homem que marcou a História de Alpiarça e do país.
José de Mascarenhas Relvas nasceu, na Golegã, a 5 de Março de 1858 era filho de Carlos Augusto de Mascarenhas Relvas de Campos e de Margarida Amália Mendes de Azevedo e Campos.
José Relvas nasceu no seio de uma família de fidalgos, seu pai Carlos era um monárquico convicto.
José Mascarenhas Relvas matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 10 de Outubro de 1874 com apenas 16 anos. Depois de frequentar a Universidade de Coimbra vai para Lisboa e aí frequenta o antigo Curso Superior de Letras, onde se forma apresentando como prova final em 1880, a tese sobre Direito Feudal, cujo título era «O direito do senhor foi uma medida fiscal da propriedade».
Em 5 de Fevereiro de 1882, casa com D. Eugénia de Loureiro Relvas, filha dos Viscondes de Loureiro de Viseu, deste casamento nasceram três filhos que vêm a falecer antes de José Relvas. É no ano do seu casamento que começa a dirigir a Casa Agrícola de seus pais.
Aderiu ao partido republicano em 1907 e juntamente com Magalhães Lima visita vários países, preparando o advento da República em Portugal.
Em Alpiarça participa em comícios ao lado de Bernardino Machado; é aqui que são também realizadas várias reuniões dos homens que desenvolviam o processo revolucionário.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas, ao lado de Eusébio Leão proclama a República, no seu discurso aconselha o povo para que se comporte com a maior dignidade.
No Governo provisório de 1910, presidido por Teófilo Braga é nomeado Ministro das Finanças e nesta altura que elabora a reforma monetária de 1911, que criou o escudo.
José Relvas morreu em 31 de Outubro de 1929. Por sua vontade a sua casa assim como todas as colecções foram legadas à Câmara Municipal de Alpiarça, para ali ser feito um museu.

Conferência « A Pintura de Silva Porto na Casa dos Patudos»

No dia 5 de Março de 2012 às 21h00, assinalando o 154º aniversário de José Relvas, vai ter lugar no Pólo Enoturístico da Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça mais uma Conferência subordinada ao tema: "Uma peça de coleção comentada por...".

Desta feita a A PINTURA DE SILVA PORTO NA CASA DOS PATUDOS será comentada pela Dr.ª Maria Emília Vaz Pacheco, Mestre/Doutoranda em História de Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e docente do Ensino Superior no Isla de Santarém.

A coleção de Silva Porto existente na Casa dos Patudos é composta por três dezenas de obras, estas assumem a expressão do naturalismo no Portugal do século XIX.
Na pintura de Silva Porto, o homem cruza-se em plena harmonia com a natureza, é uma analogia vincada pelo sentimentalismo e pela exactidão à realidade do campo.

Objeto museológico do mês - Março

Título: Retrato póstumo de José Relvas
Autor / data: José Malhoa, 1930.
Técnica: Óleo sobre tela.
Inscrições: Frente: José Malhoa [Assinatura] /4-3-1930


O retrato de José de Mascarenhas Relvas (1858 - 1929) é executado por José Malhoa, por certo copiado de fotografia, após a morte do retratado, em 1930. José Relvas, político, colecionador e lavrador foi sem dúvida uma figura marcante na História do Portugal Contemporâneo. Republicano convicto, exerce funções como Ministro das Finanças e representante diplomático de Portugal em Espanha[1].
Além da política, José Relvas dedicou-se também à Agricultura onde procura salvaguardar os seus interesses e o dos seus conterrâneos, nomeadamente na questão vinícola. Destaca-se sobretudo como produtor de vinhos, com escritório em Lisboa, criando a marca Ribatejo.
Homem culto, profundamente conhecedor da cultura portuguesa, ao longo de várias décadas procura adquirir várias obras de arte. A coleção de José Relvas, legada à Vila de Alpiarça, é uma das melhores e mais representativas coleções de arte privadas, abangendo peças desde o século XVI ao século XX.
É objetivo da Casa dos Patudos, mensalmente, dar destaque a um a peça da sua coleção, sendo este mês apresentado um retrato de José Relvas executado por José Malhoa.
Natural da Golegã, José Relvas inicia os seus estudos superiores na Universidade de Coimbra por volta dos anos setenta de oitocentos onde conhece Bernardino Machado, possivelmente, tendo contacto nesta altura pela primeira vez com a questão republicana. Não satisfeito com o ambiente académico coimbrão, abandona o curso de direito e em 1877 pede a sua transferência para o Curso Superior de Letras da Universidade de Lisboa, tendo concluído os seus estudos em 1880.
Terminados os estudos, regressa à Golegã, casa com D. Eugénia (1865 - 1951) e têm três filhos: Maria Luísa (1883 - 1896); Carlos (1884 - 1919) e João Pedro (1887 - 1899).
José de Mascarenhas Relvas está retratado de corpo inteiro, sentado, a ¾, perfil para a direita e rosto de frente com o braço esquerdo apoiado na secretária e o direito no braço da cadeira.
Relvas é retratado com cabelo curto, escuro e bigode. Traja roupa escura com sobretudo, gravata e calça. Sobressai o colarinho branco da camisa, o cachecol pendurado ao peito e o lenço no bolso exterior do sobretudo.
O rosto é marcado pela sua expressão tranquila, com as carnações bem trabalhadas ao nível do desenho e da pincelada. O autor, José Malhoa, procurou retratar José Relvas no seu ambiente de trabalho, representando-o sentado numa cadeira de costas fixas, vazadas, de forma semi-circular, junto à secretária. Esta com diversos papéis espalhados – como quem estava a trabalhar e fora interrompido – e uma escultura de campino que ainda hoje podemos ver na biblioteca da Casa dos Patudos. Ao fundo é visível um apontamento de móvel com jarra. As paredes lisas, apresentam alguns apontamentos decorativos, do mesmo modo que no chão vemos representado um grande tapete que cobre parte do chão.

Bibliografia:
FALCÃO, José António (dir.) – XIX Século XX, Momentos da Pintura Portuguesa na Casa dos Patudos. Alpiarça: Casa dos Patudos/ Museu de Alpiarça, 2007.
FRANÇA, José Augusto – A Arte em Portugal no século XIX, 3ª ed. Vol II. Lisboa: Bertrand Editora, 1990.
NORAS, José Raimundo – José Relvas 1858 – 1929 (Fotobiografia). Leiria: Imagens e Letras, 2009.
SALDANHA, Nuno – José Malhoa na colecção de José Relvas. Alpiarça: Casa dos Patudos, 2001


[1] Importa referir que a República Portuguesa não era reconhecida na Corte de Afonso XIII.