terça-feira, 31 de julho de 2012

Fundação Calouste Gulbenkian apoio o Projeto Preservação, Organização e Estudo do Arquivo Fotográfico de José Relvas



Foi recentemente aprovado pela Fundação Calouste Gulbenkian o Projeto Preservação, Organização e Estudo do Arquivo Fotográfico de José Relvas apresentado pela Câmara Municipal de Alpiarça/Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça no âmbito do Concurso Projetos de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais promovido pelo seu Serviço de Bolsas e Educação (http://www.gulbenkian.pt/section65artId1571langId1.html).

O Arquivo Fotográfico da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça é constituído por fotografias do século XIX e inícios do século XX, dele fazem parte mais de duas mil imagens em diversos suportes, boa parte das quais resultantes da atividade como fotógrafo de Carlos Relvas, mas também dos filhos José Relvas e Margarida Relvas Navarro.

Do Arquivo Histórico da Casa dos Patudos fazem parte um acervo fotográfico, bibliográfico e documental, este último ilustrando as diversas facetas do político, agricultor, colecionador de arte e músico.

Com este projeto pretende-se garantir a salvaguarda e o acesso a estas imagens. Salienta-se o seu uso em futuras exposições, assim como em ações pedagógicas e educativas e outros projetos de comunicação a desenvolver, bem como para estudos e investigações centradas em temas de natureza afim com a vocação da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Objeto Museológico do mês - julho

Painel de Azulejo - Alegoria às atividades da Casa dos Patudos: Música e Agricultura, Jorge Pinto



O painel de azulejos “Alegoria às duas atividades da Casa dos Patudos:   música e  agricultura”, foi concebido pelo pintor Jorge Pinto, na Fábrica Constância em Lisboa. Pintor ceramista, trabalhou inicialmente na Fábrica Constância (entre 1897 e 1906) e depois na Fábrica de Campolide. Jorge  Pinto nasceu em Lisboa, em 1875 e faleceu em 1945.
O painel de azulejos, de caráter figurativo, representa uma alegoria às artes: a música e a agricultura, e localiza-se no acesso aos aposentos da família Relvas. No que respeita ao formato do painel, este apresenta uma forma assimétrica. A moldura é organizada com formas naturais e sinuosas, bastante característica da azulejaria arte nova.
Em primeiro plano destacam-se duas figuras femininas, uma delas tocando violino, com um ar sóbrio e doce simbolizando a música, enquanto a outra se apresenta com uma foice na mão e vestes pouco cuidadas, simbolizando o trabalho no campo. A figura feminina que simboliza a música encontra-se sentada numa estrutura arquitetónica constituída por duas colunas e um lintel. As figuras apresentam traços bastante característicos da pintura de Jorge Pinto, distinguindo-se as suas composições por cores fortes e expressão sensual.
                Ao fundo, em segundo plano, vê-se a Casa dos Patudos, residência de José Relvas, este tinha um sentimento terráqueo muito acentuado, visível nos seus confrontos ideológicos na defesa dos vinhos do Ribatejo, e na dedicação à agricultura.
Este painel de azulejos concebido propositadamente para a Casa dos Patudos  simboliza uma alegoria às duas atividades da Quinta: a música e a agricultura. Ambas faziam parte da vida de José Relvas, se por um lado era um homem apaixonado pelo mundo agrícola, como podemos comprovar num painel de azulejos que incumbiu também a sua realização ao pintor Jorge Pinto, intitulado Cenas agrícolas da Quinta dos Patudos, também não vivia sem a música.
José Relvas era um apaixonado pela lezíria, tanto que escolheu os melhores pintores naturalistas da época, para que pudessem retratar as belas paisagens da lezíria ribatejana.
No que respeita à técnica, é um painel com um desenho muito rigoroso, quer ao nível do traço quer ao nível da perspetiva. É um painel bicolor, onde o pintor joga bem com a dinâmica do claro-escuro criando manchas de luz e sombra. Na moldura que compõe o painel, encontra-se uma cercadura ornamentada com motivos vegetalistas, nomeadamente folhas de acanto, espigas de trigo e cachos de uvas, enrolamentos e ondulações típicas das formas associadas, caraterísticas da azulejaria arte nova.
                Quanto à simbologia dos ornamentos, as folhas de acanto representam o amor pelas artes, que no contexto deste painel são facilmente compreendidas.
Os cachos de uva e as espigas de trigo que se encontram também na cercadura do painel, representam a agricultura.
Todos estes elementos têm como objetivo principal a representação da agricultura e da música, as duas atividades da Casa dos Patudos, que o pintor Jorge Pinto tão bem conseguiu eternizar neste painel de azulejos.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Apresentação do Livro A Madastra


O livro A Madastra, da autoria de Isabel Parreira, editado pelas Edições Esgotadas, foi apresentado, no Polo Enoturístico da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça.
Durante a sessão a autora deu a conhecer a obra – com prefácio da psicóloga e docente na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, Sara Bahia.
O Livro rejeita a imagem negativa do termo «madrasta», tão difundida nos contos infantis, revelando a essência do que significa ser «madrasta».
A autora é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na mesma Faculdade, frequentou mestrado em Literaturas Modernas Comparadas, tendo desenvolvido grande parte do seu trabalho de investigação na área do Teatro do Absurdo (Eugène Ionesco e Samuel Beckett). Paralelamente à sua atividade docente, deu formação nas áreas de Dramaturgia e de História de Artes do Espetáculo a cursos de Formação de Atores e de Produção de Espetáculos.